Spotlight – Segredos revelados (2015)

Spotlight

Tenho o palpite de que esse drama contundente sobre os bastidores da imprensa vai levar os principais prêmios do Oscar. Personagem ousado de Mark Ruffalo é contagiante…

Não é por nada, não. Mas acho que Spotlight ­– Segredos Revelados vai abiscoitar os Oscars de Melhor Filme e Diretor. Ou pelo menos um dos dois. É um palpite apenas, mas tudo conspira a favor. Enfim, a força das atuações, o impacto sentimental causado no público a reboque de temática contundente e polêmica. Essas coisas.

De qualquer forma, o jornalismo, os bastidores da imprensa, já renderam bons filmes ao cinema. Dois, pelos menos, são verdadeiras obras-primas. E se você ainda não os assistiu, então com certeza escolheu a profissão errada. São eles: A Montanha dos Sete Abutres (1951) e Todos os Homens do Presidente (1976). O genial Billy Wilder dirigiu o primeiro. Alan J. Pakula o segundo.

Spotlight – Segredos revelados, em cartaz na cidade, vem somar ao time. Na trama, as investigações de um grupo de repórteres de Boston sobre os casos de pedofilia na Igreja Católica, no início dos anos 2000. É a história real de Walter Robinson (Michael Keaton) e sua equipe guerreira e vencedora do Premio Pulitzer.

E de uma maneira bem realista e humana é mostrado no filme o árduo trabalho da imprensa séria diante das mazelas da sociedade. Está tudo lá, o esforço e a sensibilidade para se conseguir uma boa matéria, a dificuldade de conquistar a confiança da fonte, as manhas de se burlar o poder paralelo daqueles que não querem que a verdade vem à tona.

Ousado, corajoso e cheio de tesão pelo que faz, o personagem de Mark Ruffalo é contagiante. Sem medo de enfrentar os poderosos e, disposto a correr qualquer risco, ele representa um sopro de esperança em meio a falta de moral e caráter na profissão. Conheço uma garota que é dona do meu coração que é desse jeito.

* Este texto foi escrito ao som de: Amnesiac (Radiohead – 2001)

Radiohead-Amnesiac-2001