Quero que o Ronaldo Gaúcho exploda!

Ronaldinho, como muitos jogadores da sua geração, é um porco mercenário

Amigos, eu não sei vocês, mas pelas barbas do profeta, eu não agüento mais ouvir falar do Ronaldinho Gaúcho. Quero que ele morra, desapareça da face da Terra, esse cretino, porco traidor, mercenário. Não sei por que tanta mídia em cima do janota, tanto ibope. Creio que seja por causa do dinheiro. Só pode ser. A história já virou uma novela horripilante, um dramalhão mexicano.

Outro dia mesmo um repórter da Rede Globo soltou a seguinte estultice ao vivo: “O País inteiro está ligado no Ronaldinho Gaúcho”. Quando ouvi essa pérola quase engasguei com a costela de porco que estava comendo. “O País inteiro” quem?! “Ligado” em quem? Eu pelo menos nem sabia do paradeiro dessa boca de mandíbula. Pensei que estivesse estourado os joelhos ou alguma coisa do tipo no raio que o parta.

Flamengo, Palmeiras, Corinthians ou Grêmio? Que nada. No meu time essa besta ululante não joga nem como gandula. Por mim, poderia ficar na Europa mesmo e apodrecer lá pelo resto da vida. Estou cansado desses jogadores babacas que trocam seus times do coração em busca de fortuna e fama em terras estrangeiras, que trocam de clube como quem troca de camisa, fazendo o torcedor de bobo, negligenciando o amor verdadeiro que o torcedor humilde tem pelo seu time.

Essa negociação dele, seja lá com qual clube brasileiro for, já virou palhaçada, um leilão de mal gosto para otário ver. Otário como aquele bando de torcedores dos times preteridos, chorando, trocando farpas e alimentando esperanças inúteis em frente do Copacabana Palace como se fossem mendigos pedindo esmolas por um herói que não existe. Que cena deprimente, grotesca, patética.

Toda vez que acontece um troço como esse me lembro daquela frase do dramaturgo alemão Bertolt Brecht na peça sobre Galileu Galilei: “Triste da Nação que não tem herói… Não, triste da Nação que precisa de herói…”.

Nem sou tão velho assim, mas minha geração é de um tempo em que os jogadores já nasciam com a camisa do clube do coração entranhada no peito e a carregava até os últimos dias de sua vida, até a morte, sendo enterradas com elas, inclusive. Hoje os caras, mascarados com são, trocam de clube como quem troca de camisa. Um escândalo, um escândalo, um nojo!!!

O exemplo maior de amor à camisa todo mundo conhece, está personificado na figura do rei Pelé e sua camisa gloriosa do Santos. Mas

Sou de um tempo em que os jogadores morriam com a camisa do seu time, a exemplo de Éder, do Galo, aqui num bate-boca com Casagrande

existem outros como o Zico, o pequeno gigante Garrincha ou ainda o Sócrates do Corinthians e meu grande ídolo Éder, o grande ponta esquerdo do Atlético Mineiro na década de 70 e 80 e Reinaldo, também do Galo. Hoje, é só um banqueiro europeu ou xeique das Arábias sacudir um monte de notas de dólares na cara de qualquer imbecil aqui no Brasil que o sujeito sai abanando o rabo como um totó de anedotas. É só sentir o cheiro das verdinhas que o camarada dá patadas rutilantes no asfalto.

O desrespeito pelo manto do clube de alguns jogadores é tamanho que degringola para vexames ridículos como o pífio desempenho da seleção na última Copa do Mundo. Daí a minha revolta com essa bajulação, essa mídia gratuita em cima do cafajeste do Ronaldinho Gaúcho. Como diria aquele personagem do Chico Anysio, o Justo Veríssimo: “Quero que o Ronaldinho Gaúcho exploda!”. Só isso.

* Esse texto foi escrito ao som de: Coletânea Marc Bolan & T.Rex (Marc Bolan & T.Rex) e Live in Liverpool (Echo and the Bunnymen’s).